oximórica

oximórica
A minha prática coreográfica é acompanhada pela criação de um discurso intelectual localizado em movimento. São vários os escritos que, ao longo dos últimos 15 anos, recolhem esta experiência e com os quais pude contar o trabalho realizado. Quero organizar, desdobrar, reescrever e ampliar esse desenvolvimento textual para dar-lhe a forma de um caderno ou livro de estilo ensaístico e fotográfico, que medeie os achados, as criações e as investigações abertas, e que possa ser uma ferramenta útil para outros.

Um exercício de transmissão dos saberes e afetos adquiridos em anos de trabalho participativo e aberto no campo do corpo e do movimento: disciplinas diversas, centros e grupos de investigação, museus e teatros, colaborações inesperadas, estudos aberrantes, obras derivadas, expansões , camaradas... anos intensos, centenas de pessoas, através de instituições comuns, em vários países, com o objetivo de gerar um contexto para as Artes do movimento.

Uma máquina de texto cuja intenção última é apoiar uma política que ajude a colocar uma outra ordenação do sensível, na qual a cinestesia e o seu arco performativo - a percepção do movimento, a sua operacionalidade e epistemologia - encontrem lugar, para pensar e elaborar o presente em suas práticas relacionadas. Conectar a partir da realidade do movimento diferentes formas de compreender e participar do devir cultural, entendido em sentido aberto, de construção da realidade; isto é, a partir da criação de contextos paradigmáticos para agregar afetos no desenvolvimento das artes e das ciências, e através deles promover mudanças sutis, mas significativas em nosso comportamento social, incorporando um artefato sensorial alternativo.


javier martin | coreógrafo
Desenvolve um projeto de investigação epistemológica e crítica em torno das artes do movimento. Localizado na criação coreográfica e performática, encontra as suas fugas em diferentes desdobramentos discursivos e as suas aplicações: escrita, conferências performáticas, laboratórios, grupos de pesquisa, etc. Desde o seu início em 2005, criou e apresentou mais de 30 peças em Espanha, França, Rússia, Portugal, Ucrânia, México, Colômbia, Guatemala e Uruguai. O seu trabalho em torno do movimento e do corpo baseia-se nos rigores da improvisação como principal método de criação e linguagem cênica. Aborda a criação em dança numa perspectiva transdisciplinar, colaborando com diferentes artistas e muitas vezes abrindo os seus processos para outras comunidades, procurando um corpo ampliado ou acrático.