a besta, as luas
Elizabete Francisca // Corpo+Cidade 2025
Parque Municipal da Lavandeira
Fortemente baseada no verso “eu não obedeço porque sou molhada”, da canção Banho, interpretada por Elza Soares, proponho enunciar, através de gestos e sons, uma representação possível da geografia política de um corpo não submisso.
É urgente reivindicar um lugar de resistência, transformando possíveis fragilidades em flechas e potências. O corpo como arma política, o último reduto de qualquer experiência, um grito. De afirmação de uma individualidade, em reconciliação com a sua identidade e sexualidade: do sexo à cabeça, da cabeça ao cosmos, do cosmos ao chão. Um possível mantra para me manter em desequilíbrio.
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Elizabete Francisca é licenciada em Design Industrial (ESAD-CR), estudou dança no Fórum Dança (PEPCC) e na Escola Superior de Dança de Lisboa. Desde 2009 participa em diversos projectos, maioritariamente multidisciplinares e colaborativos, com artistas da área da dança, do teatro, das artes visuais e do cinema, destacando o trabalho com Vera Mantero (2011-2020), Loic Touzé, Mark Tompkins, Meg Stuart, Ana Borralho & João Galante, Mariana Tengner Barros, Miguel Pereira, Vânia Rovisco, André Guedes, António Tagliarini, Carlota Lagido, Carlos Manuel de Oliveira, Tânia Carvalho Ritó Natálio, Tonan Quito, Cláudia Varejão e Marília Rocha. Destaca ainda as criações em colaboração com Teresa Silva ‘Leva a mão que eu levo o braço’ e ‘Um Espanto Não Se Espera’, as peças “TSUNAMISMO, recital para duas Cordas em M”, “Dias Contados”, “COSMOGONIAS, eles não nos poderão o espírito” e o filme “O Gesto”, co-realizado com Francisca Manuel e Jennifer Bonn. Foi artista associada da estrutura Materiais Diversos dirigida por Tiago Guedes (2011-2013), e apoiada pelo O Rumo do Fumo (2013-2022). Actualmente faz parte da APNEIA COLECTIVA.