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Workshop Construção Vocal da Personagem

Partitura Vocal e Vozes Transpostas

Partitura vocal
Esta partitura consiste num conjunto de notações, representadas por sinais convencionados, que permitem ao actor fixar e repetir os movimentos vocais da personagem já experimentados e seleccionados nos ensaios.
Tal como acontece com a corporalidade (gestos, posturas e movimentos), as características da oralidade são passíveis de ser registadas, constituindo uma rede de segurança que não deixa o actor entregue a sucessivas improvisações vocais, perdendo não só tempo de ensaio como correndo o risco de esquecer o rumo do trabalho já realizado.
Por outro lado, durante os espectáculos, a partitura fornece um apoio sempre que o actor se sinta menos focado ou sinta necessidade de rever a oralidade da personagem que interpreta.
A partitura não inibe a criatividade, pelo contrário, fomenta-a, pois oferece a tranquilidade de um porto seguro a que o actor recorre relembrando o que já foi feito ou inserindo na estrutura de base as alterações decorrentes de novas experiências ou resultantes de repetições criativas.
 
Vozes transpostas
Uma voz transposta é uma criação artística que integra o conjunto de caraterísticas que compõem uma personagem (oralidade, corporalidade, interioridade).  É transferida da voz natural do actor, distanciando-se dela.
Uma voz transposta serve uma dramaturgia concreta, não existindo para além do espectáculo para que foi criada. Para ser credível tem que ser suportada por uma forte interioridade.
Criar vozes transpostas é um trabalho de descoberta arriscado que pede ao actor que explore sem preconceitos a sua voz natural. Quando o actor diz: «Não sabia que tinha esta voz!!!»,ele está a trabalhar as vozes transpostas!
 
 
Teresa Lima
Licenciada em Filologia Românica, fez o curso de formação de Actores da Comuna -Teatro de Pesquisa, o Curso de Ciências Pedagógicas e o Curso de Arte de Dizer do Conservatório Nacional. Foi professora de Português no ensino Preparatório e Secundário e de Linguística no ensino Superior. Como actriz trabalhou na Comuna, Novo Grupo (de que é co-fundadora) e O Bando. Como professora de Voz lecionou na Esmae, Balleteatro e Academia Contemporânea do Espectáculo, no Porto e Centro de Estudos Judiciários, Escola Superior de Dança, Etic e Act- escola de actores, em Lisboa. Fez parte da Direcção Artística do teatro O Bando, sendo responsável pela Oralidade de cerca de 30 espectáculos desta Companhia. É formadora de profissionais que usam a voz em público.
Dezembro 2024