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EDNI - Né Barros

Casa das Artes de Famalicão

17 Jan / 21h30
Casa das Artes de Famalicão

Na intersecção da performance e media art que Né Barros e João Martinho Moura têm desenvolvido trabalho onde a presença, a memória e duplicação de universos se articulam em narrativas alternativas. EDNI é a expressão, de João Martinho Moura, para um Espaço Denso e Não Ilimitado e que, neste projeto, se apresenta como um campo magnético e onde a IA transforma imagens de duas mulheres: o corpo produtor de um movimento inicial e o corpo do movimento reinterpretado.

No palco há um pêndulo gigante, magnético, que orienta e atrai e que juntamente com a performer traduz esse espaço limitado e denso. Ali, o gesto testa forças, joga-se a atração e as distâncias entre os corpos. Estamos perante um lugar material e que segue, naturalmente, leis físicas. É em diálogo com este lugar simultaneamente físico e ficcional que surgem projeções de imagens, no limite da sua distorção, de mulheres que nos convocam uma serenidade e suspensão de uma memória de um corpo matricial e sensual. Estes corpos desvelam uma condição da mulher como imagens trans-temporais. EDNI é um espetáculo híbrido onde o corpo performático, as imagens projetadas e um pêndulo materializam um campo magnético e uma relação poética entre as três entidades. Edni conta com cenografia do coletivo FAHR 021.3 e performance de Vivien Ingrams e é uma coprodução com o Teatro Aveirense no âmbito da Capital Nacional da Cultura.

Duplo 

Imagem. Pêndulo. Corpo. Mulher. Neste espaço ficcional, imagens de duas mulheres transformam-se, mutam-se. Movimento-matriz e movimento-representação. Dois corpos convocam passado, presente, futuro. Movimento matriz do corpo ausente, o autor e a memória. O corpo presente, o performer e o lugar futuro. No fundo, partículas num Espaço Denso Não Ilimitado (EDNI). Matéria que interrompe e determina. História que podia dizer de uma condição da mulher. Por momentos, uma boca que se abre a uma voz muda. Fala de si, mas nada se ouve. Corpo, bicho, carne e pele que esconde a cor do sangue e que as imagens misturam e projetam um corpo mutante, sereno e inquietante. Como se tudo estivesse sob controle. Matéria que nada diz, move-se num tempo, interrompe o tempo. O pêndulo assinala o tempo e o lugar, lembra o nosso limite. Nele giramos.

- Né Barros

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