Apresentações Finalistas 2021
Provas de Aptidão Profissional de Dança e Teatro
Dia 28/07 - Apresentação dos projetos de Dança
Corpus in’sanos
conceção Maria Silva Leal
interpretação Ana Mendes, Beatriz Silva, Eunice Rocha, Inês Silva, Maria Silva
Leal, Sebastião Silva Leal
música original Paulo A. Jorge, Ulisses Teixeira, José Pereira, João Magalhães
Um balão, quatro toalhas, dez corpos. Uma liberdade, dez alentos. Uma inocência, dez lassidões. As acumulações encontradas atingem a inquietação. Procuram agoniar o próximo, efervescendo tudo o que é envolvente. Não fere a bolha de um, revolta todos os outros. E intacta está, livre do caos que existe em tudo o que se move. Uma liberdade, dez alentos. Uma inocência, dez lassidões.
Quatro Estações
conceção e interpretação Alexandra Ferreira
As quatro estações: primavera, verão, outono e inverno começam e recomeçam, intercalam-se e sucedem-se.
As quatro estações envolvem toda a transformação do ser humano, da natureza e das suas influências no meio em que vivemos, sensações físicas e estados de espírito graças aos ciclos do planeta. Associados às estações estão também todos os períodos do ano, nostalgia, atividades e acontecimentos que marcam a vida e o crescimento físico e psicológico dos seres humanos.
Perspetiva Imortal
conceção e interpretação Ana Carolina Silva, Ana Pereira
Aqui, onde dois corpos se espelham no espaço.
Ali, onde a memória se perpetua, imortalizando-se.
Aqui é onde a morte parece ser uma opção, apenas um lugar de mutação à espera de uma transformada existência.
Devaneio
conceção e interpretação Andreia Nascimento, Carolina Mota, Clara Maio
música original Clara Maio
Por vezes, quando dormimos, o sonho e a realidade confundem-se. O sonho é formado no nosso inconsciente a partir de estímulos do exterior, como expressão de pensamentos ou sensações. Por outro lado, a realidade é o que conhecemos do mundo com que lidamos no dia a dia, aquilo que existe verdadeiramente. Mas se os sonhos de dois indivíduos se fundem, trata-se de realidade? É simplesmente uma criação do nosso inconsciente? Ou apenas o devaneio de uma mente confusa?
Natureza Mecânica
conceção e interpretação Guilherme Arantes Vieira
A máquina e a natureza: onde acaba uma e começa outra? Podemos considerar a máquina apenas como uma natureza moldada nas mãos do ser humano? Mas como podemos distingui-las, então? Talvez não seja assim tão fácil.
Através do que é natural exploro aquilo que, para mim, é mecânico, não tentando encontrar uma resposta a esta pergunta, mas sim agindo apenas com as possibilidades.
Linhas de Expectativas
conceção Isa Santos
interpretação Isa Santos, Major Marjorie Silva, Yohana Gonçalves, Fabiana Pinto
Estamos programados para nos tornarmos insatisfeitos com o que quer que tenhamos e ficamos satisfeitos com o que não temos. Por isso, a nossa própria dor e infelicidade não são um obstáculo à nossa experiência de vida, mas sim uma funcionalidade de motivação. Ajuda-nos a perceber e a reagir às nossas próprias expectativas.
Processo de Descodificação
conceção e interpretação Maria João Carrasco
Observamos o que nos rodeia, o espaço e os seus constituintes. Observamos as pessoas, os humanos, os seus visuais, as suas fisicalidades e os seus interiores.
Rodeamo-nos de tudo. Tudo o que já foi nada. Tudo com que lidamos está construído, codificado. Uma série de processos para chegar ao “resultado final” (codificado), mesmo este nunca tendo um fim. Usamos, quase sempre inconscientemente, formas e estratégias de descodificar os desafios e as propostas diárias, podendo, assim, chamar a estas estratégias códigos pessoais, sendo que cada pessoa os descodifica de maneiras distintas.
Este processo de descodificação tem como base desconstruir, dividir e desagregar o complexo. E entender que existem inúmeros procedimentos para o fazer e que todos os caminhos são válidos.
Em Busca da Liberdade
conceção e interpretação Sara Caetana Quinteiro Rodrigues
Uma personagem que desconhece o conceito de liberdade depara-se com este e, apercebendo-se de que existe, tenta ao máximo integrá-lo na sua vida.
Dependência
conceção e interpretação Ana Sofia Nunes, Leonor Alves Borges Rocha
O outro é colocado numa posição em que preenche um vazio, como se fosse o responsável pelo nosso bem-estar. Colocamos o outro no centro da nossa vida, acreditando que sem ele não conseguimos sentir-nos completos. Na tentativa de nos libertarmos, acreditamos que não temos força para sair dessa situação ou, mesmo que conseguíssemos, não aguentaríamos esse rompimento. A ideia de perdermos a pessoa que nos fez sentir completos faz com que automaticamente projetemos uma forma de substituir o papel do outro para que nos sintamos completos de alguma forma, criando uma ilusão de que temos alguém ao nosso lado, alguém que, porém, só existe na nossa mente.
Inception
conceção e interpretação Beatriz Lua Sampaio
Num mundo onde os nossos pensamentos nos podem levar à loucura, ao desespero, somos associados ao maior fenómeno da natureza: os furacões. Viramos tudo do avesso por onde passamos e, mesmo tentando manter a calma, esses pensamentos obscuros mudam tudo ao nosso redor e, principalmente, nós mesmos.
Apotheosis
conceção e interpretação Catarina Verbruggen
Todo o universo, por mais extenso, diverso e complexo que seja, rege-se, permanentemente encurralado, por um ciclo inexorável: nascer, viver, morrer.
De uma forma ou de outra, de uma mera mosca que nos zumbe ao ouvido a uma estrela que alimenta sistemas inteiros, nada é exceção à regra. Apenas o homem, por arrogância ou loucura, insiste em desafiar o destino. Neste jogo de poder a que chamamos evolução, cada vez mais compreendemos as regras, como as partir, distorcer, contornar; como ridicularizar a morte.
O que significa a rutura deste ciclo? Uma afirmação de poder absoluto, de conquista sobre a própria natureza, de ser realmente o centro do universo. Sem limites, sem nada superior, sem nada a temer, o que nos separa de um “Deus”? Quem nos impede de ser Deus?
CUNT – INUAÇÃO PLATÓNICA
conceção e interpretação Inês Filipe
Desde a existência da mulher como ser humano que assistimos a padrões de desigualdade de género e a uma sobrevalorização do sexo masculino. Como mulher, hoje, são evidentes as diferenças entre ter uma vagina antes e agora, mas, independentemente disso, prevalecem imensas questões que geram esta luta constante pela igualdade de género.
Inspiro-me em várias figuras, mais especificamente em Lilith, um grande símbolo da independência da mulher. De Lilith diz-se que foi a primeira mulher de Adão, representada como uma antítese de Eva, pois não se submeteu ao governo patriarcal e não renunciou à sua liberdade, acabando por ser perseguida como um demónio.
Ao contrário do que era normal, Lilith era representada sem nenhuma vergonha e com uma serpente ao seu redor, simbolizando o mal, pois era vista como uma ameaça para os homens, sendo uma mulher sedutora, independente e sexual – é nesta linha de pensamento que me rejo neste projeto. Rejo-me na privação do prazer feminino, na submissão à figura masculina, na pureza e inocência que sempre nos foi incutida, na mulher enquanto objeto sexual, no prazer proibido e visto como algo errado, no pudor que temos do corpo feminino e no prazer que este nos pode oferecer.
Burnout
conceção e interpretação Maria Inês Trindade Pereira
Quando nos remetemos à técnica é-nos imposto um certo rigor que procura a perfeição.
A técnica está aliada à individualidade de cada um e para chegar ao que chamamos a nossa própria essência é preciso o auxílio dela. Porém, deixamo-nos levar por essa exatidão e é isto que pretendo desconstruir.
Como se por detrás da busca pela perfeição, ou seja, do querer ser perfeito, pudesse existir um lado onde errar é normal e onde é possível ser livre com os nossos movimentos e a nossa forma de ver o mundo da dança, explorando os limites do corpo, da velocidade à extensão e à pesquisa minuciosa do movimento; e sair da base da repetição e encontrar, na exaustão, outras formas de mexer livremente cada parte do corpo.
Com isto, o meu objetivo é demonstrar transparência, levando o público à minha realidade e dando ênfase a emoções, sensações e ruídos.
(i)material
conceção Ana Martins
interpretação Ana Martins, David Myhre
Baseamo-nos em factos, na ciência e na teoria para compreender o incompreensível.
O organismo material e um estado de expressão da natureza colocam questões. Questões que prevalecem sem uma definição concreta, duas substâncias de tal forma consideradas distintas que se torna ambíguo o porquê da interação entre elas.
Espírito e matéria constituem mundos nitidamente irredutíveis; assim sendo, dualidades com propriedades distintas não se definem como uma só.
Que limites existem para uma relação entre dois intérpretes com propriedades distintas? Aplica-se a mesma questão científica ao nosso corpo e pensamento?
Os Três Sentidos
conceção e interpretação Natacha Lobo
Uma mulher. Um corpo presente. Uma alma solitária. Uma passagem sensorial pelos mais elementares sentidos do quotidiano.
Uma amostragem que consiste num percurso ligado entre os mesmos sentidos.
Um ciclo de movimentos, acessórios e musicalidade que em conjunto se tornará numa experiência que levará a um êxtase.
Afraid to…
conceção e interpretação Renata Ferreira
Todos os dias estamos sujeitos a diversas situações, quer sejam boas ou menos boas.
A nossa mente e o nosso corpo estão em constante desenvolvimento e muitas vezes sentimos dificuldade em enfrentar os diversos aspetos com que nos deparamos.
Muitas vezes, ao longo da nossa vida, vamos vivenciando momentos que não correspondem às nossas expectativas, em que sentimos que tudo está a desmoronar-se à nossa volta.
Em muitos momentos, sentimos que o medo nos impede de avançar para aquilo que realmente queremos. Achamos que não somos bons o suficiente, que podemos errar e comprometer tudo o que está à nossa volta. Põe-nos verdadeiramente em estado de alerta.
O medo é uma emoção, uma reação a estímulos stressantes. Não passa só por uma fobia a determinados aspetos, mas sim pelo facto de termos medo de arriscar, de fazer escolhas, de falhar, das consequências, das desilusões, dos olhares e das críticas... É uma reação involuntária e natural e pode ser desencadeada em diferentes momentos das nossas vidas.
O medo permite-nos avançar? É sempre algo mau? Quem sente medo é fraco?
Assim, através de uma exploração desta emoção e de movimentos corporais tentamos ir além destes medos.
Ódio no Olhar
conceção e interpretação Adão Pinto, Sofia Camboa
O ódio é um sentimento que pode atingir todos e leva as pessoas a cederem aos seus desejos mais obscuros. Dentro do seu contexto, este sentimento possui muitas vertentes que podem ser abordadas, uma das quais a vertente histórica e social, que vamos retratar nesta criação.
FALL
conceção e interpretação Joana Mota, Joana Sousa
A queda de um corpo, queda de uma folha, queda da chuva.
A sensação de peso no ar frio depois dela, em instantes de realidade abrandados, suspensos, como pó.
Conexão dos elementos e dos corpos em uníssono, no mesmo espaço, no mesmo momento, mesma queda, mesma suspensão.
Uma insatisfação constante, uma segurança falsa na perda de tempo, movimentos rejeitados, como folhas de outono e a brutalidade dormente com que são esmagadas por quem passa.
Dia 29/07 - Apresentação dos projetos de Teatro
Inefável
conceção e interpretação Ana Patrícia Mota Baltarejo, Barbara Rumbos
Desde o início da vida existem medos, sonhos e esperança para tudo, mas há momentos em que isso acaba, esquecemo-nos e não voltamos a acreditar em nada. É possível que alguém tenha um registo de tudo o que chegamos a sonhar? As nossas esperanças algum dia voltarão a nós?
Uma Vida de Espetáculo
conceção e interpretação Isabel Pinho, Rodrigo Dias
interpretação Ana Ferreira
Nicole é um ídolo juvenil, muito famosa e adorada por todos, tem uma vida bastante ocupada, preenchida com concertos, aparições, ensaios exaustivos e contratos vinculativos.
Parece que Nicole já não sente o mesmo amor que sentia pelo seu trabalho. Confusa, cansada e farta, Nicole perde o rumo. Mas acaba por conhecer um ator de teatro que pode mesmo mudar a sua vida.
Uma Aparente Calmaria
conceção Pedro Oliveira
interpretação Pedro Oliveira, Luís Ilunga
Edwuard é um homem que passa a maior parte do seu tempo em casa, onde vive com a sua mulher. Este isolamento provoca nele medo, agressividade, paranoia. Quando se apercebe que um vendedor de jornais está em frente à sua casa a trabalhar durante dias, Edwuard entra em pânico. Sendo um local com pouco movimento, ele precisa de saber o que motiva aquele homem a permanecer tanto tempo naquela rua.
Estamos num mundo de desejos, incertezas, terror, por baixo de uma aparente calmaria.
O Fundo da Garrafa
conceção e interpretação Guilherme Rebelo, Sofia Dittfeld
interpretação Pedro Oliveira
Luísa, uma atriz conceituada, e Gabriel, um mero trabalhador do teatro, em dia de estreia, partilham as diferentes maneiras de ver e encarar a miséria presente na vida de cada um. Com dor, ciúme, amor não correspondido e vodka à mistura, nesta união entre as obras A Gaivota e O Ginjal, de Anton Tchékhov, ambos procuram a solução para os seus problemas no fundo da garrafa.
Vulnerável פגיעות–
conceção Jessica Werder
interpretação Jessica Werder, Lucas João
Uma jovem rapariga com a missão de descobrir o mundo que a rodeia toma uma decisão que a vai perseguir a vida toda. Numa tarde mágica, conhece um rapaz que a encanta. Nessa noite, conhece o homem da vida dela, não sabendo que momentos depois vai desejar nunca o ter encontrado.
Mente
conceção e interpretação Ana Carolina Oliveira, Ana Catarina Costa
interpretação Isabel Pinho
No meio de flores, sol, sorrisos e de um local aparentemente feliz encontra-se um hospício, um hotel, um parque aquático, um simples parque de diversões… O nome deste varia em função de quem decide viver o quê. As batas brancas surgem de todas as direções como se fossem a única coisa que pudesses ver, ou que queres ver. Os “doces” são dados aos hóspedes, a calmaria reina, as facas desaparecem, as cordas já não tocam em pescoços e as vozes deixam de soar na cabeça de quem as ouve – mas e se nem sempre os doces forem suficientes? E se for preciso uma pitada de sal grosso e ninguém der por isso? Afinal, as vozes soam na cabeça de alguém. Um passo aqui, outro ali, um sussurro.
Chiu! Também ouves isto? Como chegaste aqui? Também te deram doces? Chiu! Eles vêm aí.
Anima Mea
conceção e interpretação Luís Ilunga
Um jovem rapaz com dupla nacionalidade chamado Zaki Takatifu, num exercício de retrospeção e introspeção, revela o seu “eu” em várias perspetivas, para além de debater causas que pairam no mundo e que o deixam entristecido. Ao partilhar vivências, irá conseguir motivar aqueles que o ouvem a dar um passo em frente, no que toca à boa mudança da psicologia de cada um?
Clarice
conceção e interpretação Marta Costa
Clarice é uma mulher revolucionária desde jovem e o seu sonho é ser Presidente da República Portuguesa e lutar pela igualdade e pelos direitos da mulher.
BLECAUTE
conceção e interpretação Joana Silva, Mariana Granja
BLECAUTE baseia-se no provérbio “nem tudo o que parece é”. O mundo vivido até agora é meramente um simulacro da realidade, onde as pessoas vivem sob o mote “ser ou não ser”. Por isso, perdem a consciência do verdadeiro significado da vida.
Num ambiente terrorífico e mórbido, os sujeitos são desafiados a quebrar as correntes de uma vez por todas para atingir a desejável liberdade. Têm dez minutos para alcançar um telemóvel que está agarrado a um peluche que contém ácido sulfúrico. O objetivo será alcançado assim que alguém encontrar a chave final. Prepara-te, o aviso já foi dado. Que comece o jogo!