Logo

Residências

candidaturas
Prenúncio de uma profunda melancolia é um projeto que surge do desejo de chegada a um possível lugar habitável, um refúgio, e paradoxalmente, um possível fim. O limite como regeneração, a paragem e o que esta impulsiona para a vontade de uma nova partida. Um lugar de densidade ininterrupta. O caminho percorrido até a um nada, sítio de coisa nenhuma, uma voz frágil e remota num corpo leve, que me leve. A par desta chegada, surge também a vontade de mergulhar nos conceitos de melancolia, luto, (in)utilidade, isolação, esvaziamento, e como esta atmosfera motora se difunde no espaço urbano público, lugar de velocidade, histeria, produção. Iniciei um percurso de criação de solos em 2016 com Kid As King onde me centrei na construção de uma paisagem frenética, uma bomba iminente, na fronteira do sufoco. O panorama deste primeiro solo levou-me ao imaginário do solo seguinte, A Deriva dos Olhos em 2017, que surge como um pós-êxtase: a lentidão, a impotência, o cansaço, o caminho percorrido até uma possível metamorfose que permita a sobrevivência, e que, por sua vez espoletou o universo de prenúncio de uma profunda melancolia. Caracterizo estes solos como uma viagem que se transcende de momento para momento, em busca de uma linguagem, identidade, rumo. Um projeto de Bruno Senune Residência Balleteatro Partilha & Aconselhamento Joana von Mayer Trindade Obrigado a Fátima São Simão
Uma investigação da performatividade das mãos nos modos como apreendem o mundo e como o mundo as apreende. Desde a gestualidade ao funcionalismo, as mãos imbuem-se em frases performativas nas mais diversas narrativas, do íntimo ao público, do tateante ao imaginário, indiciando diferentes coreografias de relações com objetos e espaços fictícios, espetadores e abstrações. Através de processos de assemblagem e colagem, a performance propõe uma coreografia de relações visuais e verbais em que o performer orquestra, entre si e o público, as coordenadas gestuais e deícticas que revelam a mecanicidade de como os diferentes espaços e temporalidades são revelados através e pelas mãos.
Numa curva contínua, abre-se a fenda até que nela se veja o fim. A figura percorre a orla de um reflexo, levantando na ponta dos dedos o plano sibilante, espessando de tempo a forma inteira.