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Corpo+cidade

Corpo + Cidade nasceu em 2014, ano em que o balleteatro foi habitar o 5.o piso do edifício Axa. Ao longo dos anos, como parte integrante do seu projeto, o Balleteatro produziu ciclos e festivais que contribuíam para a divulgação e partilha de projetos que inscreviam a contemporaneidade. Este projeto, Corpo + Cidade, surge nesse pulsar da vida e da arte que pode atravessar o quotidiano. No edifício Axa — com vista para a Avenida dos Aliados, o chamado coração da cidade — emergiu, portanto, a vontade de refletir essa cidade, de a contaminar artisticamente, projetando corpos dançantes e fazedores de imagens, apagando a linha que separa o público e o performer.

Idealizamos entrar na corrente do dia-a-dia dos transeuntes e, de algum modo, fazer abrandar, provocar, alegrar e fruir da  dinâmica e da fluidez que é o espaço público.

O olhar sobre a Avenida, e seu movimento, a partir daquele espaço/casa, impulsionou a criação de um Festival para o espaço público. Corpo + Cidade propôs-se participar na reinvenção da cidade, possibilitando novas experiências urbanas, cruzando a dança contemporânea, as danças urbanas, a performance, o circo contemporâneo, a música e as artes plásticas.

Em 2016, o Corpo + Cidade uniu forças ao DDD – Festival Dias da Dança, passando a apresentar as suas propostas na secção DDD OUT. A partir da Avenida dos Aliados, onde se ativaram propostas de Ricardo Ambrósio ou Ana Ulisses, ramificaram-se outros lugares: o exterior das estações de metro e de comboio com Joana Von Mayer Trindade; o Jardim do Carregal com Gabriela Vaz Pinheiro; o Jardim do Morro (Vila Nova de Gaia) com Bruno Senune, Sara Marques & Alice Bonazzi ou Lígia Soares; o Jardim de São Lázaro com Pedro Prazeres; os Jardins do Palácio de Cristal com Charlotte Spencer; a Praça D. João
I com Isabel Barros & Vítor Rua, Momentum Crew ou La Horde; e a Casa da Arquitetura (Matosinhos) com Jean Baptiste-André, para além de outros espaços, não menos desafiantes, e com tantos outros artistas que brindaram o público com múltiplas e fascinantes propostas.

Corpo + Cidade habitou igualmente, até agora, lugares menos expostos  à relação interior/exterior, sempre que as propostas visavam debater e conferenciar a arte pública e o site-specific. Foi o caso, por exemplo, dos projetos de Maria Belo Costa e de
Carlos Zíngaro, com Cecilia Bengolea, François Chaignaud e Ana Pi em Le Tour Des Danses Urbaines En Dix Villes, ou com Né Barros e a sua conferência intitulada O lugar do Corpo. Houve também espaço para propostas de palco - estas mais raras –,  que, de algum modo, refletiam e tomavam a rua e as suas danças vivificas enquanto base de pensamento e de exploração, como aconteceu com a peça de Bouziane Bouteldja.

Em 2019, quase numa premonição, Daniel Pinheiro e Lisa Parra, com Mediated Motion/Land Project, quebraram as barreiras da distância física, nutrindo uma apresentação que recorreu online.

Em 2020, o Corpo + Cidade foi cancelado devido ao contexto pandémico.

Em 2021, ainda por questões associadas à pandemia, todos os projetos respiraram ao ar livre, mantendo o conceito de criações em espaço público, mas a transmissão aconteceu nesta esfera tão presente nas nossas vidas: a Internet. Ana Renata Polónia e Marta Ramos, por exemplo, deram-nos a vista para o mar, partindo da Marginal de Matosinhos. Sara Marasso e Stefano Risso fizeram-nos imaginar uma caminhada por Lisboa e Turim.

Mais do que um programa de escolhas, Corpo + Cidade completa-se e acontece através de afinidades e de respostas a  motivações de artistas que imaginam as suas criações em lugares menos comuns ou habituais. O Corpo + Cidade pretende ser um encontro entre criadores, espaços (por onde o sol, o vento e a chuva nos abracem) e as suas comunidades – uma tríade em que acreditamos e que queremos que, com a experimentação e passagem do tempo, nos permita crescer e fortalecer no território daquilo a que, com tanto respeito e dedicação, chamamos Arte.

A essência do Corpo + Cidade, performance em espaço público, regressa nesta edição com uma diversidade de propostas, uma das quais, Crossing Spaces / Living Bodies, marca o encontro entre o Corpo + Cidade e o Mestrado Arte e Design para Espaço Público, uma colaboração iniciada em 2014, durante a primeira edição. Corpo + Cidade terá, em 2022, a sua aproximação natural às pessoas, num gesto consciente de convite a essa experiência de participação e de vivência de cidade. 

Isabel Barros & Flávio Rodrigues

CORPO + CIDADE
23 ABRIL - 1 MAIO 2022

23 ABR 15:00
Crossing Spaces / Living Bodies
balleteatro & FBAUP
Jardim de São Lázaro

24 ABR 15:00
Dançar na Rua
Miguel Moreira / Útero
Largo da Sé

25 ABR 18:15
ferro à ferrugem
Alan Sencades
Praça D. João I

29 ABR 15:00
Doramar
Coletivo Los Francos - Afonso Cunha & Giovanni Zoffoli
Jardim da Cordoaria

30 ABR 18:00
Self
Beatriz Valentim
Parque Basílio Teles (Escadaria da Casa do Design)

1 MAI 17:00
solo - repercutir em sinfonia
Bruno Senune
Jardim do Morro

Direção artística: Isabel Barros
Programação: Isabel Barros & Flávio Rodrigues
Coordenação de produção: Lucinda Gomes
Assistente de produção: Lúcia Ribeiro
Direção técnica: Alberto Lopes
Comunicação: Mariana Dixe
Financeiro: José Paulo Sousa
Produção: Balleteatro

Apoios:
C.A.M - Grupo Auto-Industrial S.A