Isabel Barros
Isabel Barros, ao longo da sua carreira tem desenvolvido trabalho como coreógrafa, intérprete, programadora e formadora. Nasceu no Porto e é membro da direcção do balleteatro do qual foi fundadora. Após a sua formação inicial em dança clássica com Ruth Howner realizou diversos cursos em dança contemporânea e composição em Paris, onde residiu e estudou. Participou em diversos seminários dirigidos por Gisèle Barret e Pierre Voltz no Institut d''Etudes Théâtrales – Paris III.
Em 1996, Berlim, fez um estágio com Susanne Linke onde desenvolveu trabalho na área da performance a solo. Estudou teatro e conclui a licenciatura do Curso Superior de Teatro na Escola Superior Artística do Porto. Desde 1992 tem apresentado regularmente os seus trabalhos nomeadamente, Sobressaltos in-de-gestos, Os vestidos que eu lhes emprestei já não são meus (1993), 3ª Estação, co-criação com João Paulo Seara Cardoso (1994), Perigo de Explosão (1995), Eléctrica (1996), Máquina-Hamlet, co-criação com João Paulo Seara Cardoso (1997) e Screen 24 fracturas expostas (1997), Acidente de Automóvel Cor de Laranja 10 Vezes (1998), Delete (1999) e Quarto Escuro (2001). Em co-produção com o Teatro Nacional S. João, apresentou Pó, a partir da história de Romeu e Julieta, inserido no programa Ícones (2002). Numa co-produção com o Rivoli Teatro Municipal, apresentou Là où je dors (2002) e Olivia (2004). Alugo-me para sonhar (2007) e Alice do Outro Lado do Espelho (2007) Inserem-se na temática desenvolvida noutras criações, ou seja, o espaço do sonho como lugar maior. Em 2008, é convidada pela companhia Movimento incriativo para a qual cria A Visita do Rinoceronte. Na minha parede escarlate retratos, uma co-produção com o Teatro Constantino Nery é a sua mais recente criação. Nos seus espectáculos contou com a colaboração de diversos artistas tais como Pedro Tudela, Albuquerque Mendes, Carlos Guedes, Jonathan Saldanha, Teresa Branco, Regina Guimarães, Jorge Costa, Helena Medeiros, Daniel Worm d’Assumpção, Nuno Meira, Nuno Gama, João Paulo Seara Cardoso, Roberto Neulichedl, André Cepeda, Vitor Rua.
Colaboradora regular do Teatro de Marionetas do Porto, desde 1994, ao nível do movimento e coreografia, nos espectáculos: Joanica-Puff, IP5, Óscar, Macbeth, Paisagem azul com Automóveis, O mundo de Alex, Como um Carrossel à volta do Sol, Cabaret Molotof, Boca de Cena Teatro Jantar, Wonderland, Cinderela e Make Love not War. Fez também direcção coreográfica do espectáculo O Lobo Diogo e o Mosquito Valentim, dirigido por João Paulo Seara Cardoso e apresentado na Casa da Música no Porto.
Como programadora concebeu para o balleteatro auditório diversos ciclos de espectáculos nas áreas da dança, do teatro e da música privilegiando formatos transversais e alternativos e dedicando momentos para criadores emergentes. Recebeu o prémio Almada (1999), atribuído ao balleteatro, como distinção do trabalho realizado ao nível da programação. Relacionado com esta actividade tem colaborado com diversas redes nacionais e internacionais e é membro do conselho artístico de Repérages Danse à Lille. Desde 1999, como membro do Conselho foi responsável pela escolha de coreógrafos portugueses, ou residentes em Portugal, para apresentarem os seus projectos neste Festival de Jovem Coreografia.
Em 2014 criou o Festival Corpo + Cidade, dedicado à performance em espaço público, o qual desde 2016 passou a integrar a programação do Festival DDD.
Desde 1991, altura em que iniciou um estudo sobre as representações do Corpo na Dança e no Teatro, dirige ateliers de formação a esse nível. Concebeu em 2003 um projecto para crianças “balleatrinho” que desde então tem vindo a ser alargado a várias comunidades e lugares. Foi professora na Escola Superior Artística do Porto, na Escola Profissional de Música de Espinho e é atualmente professora convidada pela ESELx na Pós graduação de marionetas e formas animadas e professora da Universidade Lusófona, na disciplina de formas animadas. Faz parte dos professores convidados da Escola de Verão para Atores.
Há vários anos, coordena vários projectos artísticos de carácter social. Recebeu o 1ºprémio Giros – festival de Artes, um evento APNA, Associação Promoção Novos Artistas, pelo trabalho realizado com bailarinos, actores, músicos e um grupo de pessoas portadoras de deficiência, numa colaboração entre o balleteatro e o Centro Regional de Paralisia do Norte. Os trabalhos com a comunidade têm sido um dos seus grandes focos, estando de momento na coordenação de vários projetos de dança, música e teatro em bairros e escolas da cidade.
Em 2008 lançou o livro, Quando é que chegamos?, especialmente dirigido às crianças.
Desde Novembro de 2010 é diretora artística do Teatro de Marionetas do Porto e do Museu das Marionetas do Porto, inaugurado a 3 de Fevereiro de 2013.
Em 2018 recebeu a Medalha Municipal de Mérito - Grau Ouro. O Porto é a sua cidade de origem e de eleição, na qual desenvolve o seu trabalho com sentido de urgência e forte dimensão social.
© Luis Ferraz