O Corpo-Embrião na Dança ou O Lugar do Espaço

Apenas o embrião – e só este, em qualquer animal – consegue concretizar a mais intrincada cinética de movimentação vital. Do ovo progredimos até um ser altamente diferenciado através da geração de espaços, fluidos, camadas, migrações, dobras e rotações. Na nossa história embriológica não nos limitamos a habitar espaço, nós criamos espaço, incorporamo-lo. E o embrião ensina-nos que há um todo e depois as partes.
Partindo de premissas científicas, filosóficas e imagéticas, este laboratório propõe transpor para o movimento atores e forças do percurso embrionário numa abordagem participativa, Goethesiana, perante os fenómenos. Por exemplo, exploram-se fisicamente as qualidades dos gâmetas e a polaridade que os caracteriza. Cultivam-se dinâmicas que espelham relações entre centro/periferia e dobragem/desdobragem. No limite, experienciando a dimensão do imponderável no embrião que já fomos (ou somos).

Maria Bartilloti Matos
É médica, especialista em imagiologia. Teve formação em dança contemporânea, com uma forte componente de contacto e improvisação. Possui valências no âmbito de edição videográfica, colaborando atualmente com o núcleo de cinema documental KINO-DOC. Desde 2017 realiza o curso de doutoramento em dança na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. A sua pesquisa envolve estudos do movimento numa perspetiva anatómica e ontológica, com ênfase na embriologia. É investigadora do INET-md.

Formulário de Inscrição:
https://bit.ly/balleteatro-workshop-maria-bartilloti