Exaustão
Elisabete Magalhães
A ideia para este trabalho parte da noção de exaustão. Até onde vai o corpo? A transformação deste, quando lhe é imposto ritmo e velocidade, um corpo que deve administrar o cansaço que se vai instalando. O objetivo é apontar para a construção de uma dança própria e que elimine as ideias pré concebidas da modernidade, sob parâmetros abertos, como modo de agir para a criação. Para explorar este processo de criação em dança proponho um “esvaziar” o corpo, com a ideia de o transformar, extraindo-o da sua forma conhecida. O que permitirá novas experiências corporais, para que os bailarinos apreendam a dança numa perspetiva como o corpo determina o seu próprio movimento. Aqui, o corpo estará no limite de uma vertigem que deve responder a sua própria originalidade, desistindo de uma sequência organizada e conhecida de formas articulares e musculares, respondendo à urgência da ação, à novidade e à criação como resposta, entre outras, sem a certeza de como esse corpo vai agir. Esta alteração ou princípio de metamorfose determinará um corpo que se cria e se desmancha, por sua vez, no seu próprio movimento, para entender as multiplicidades que nos compõem e experienciar diferentes estados.