Amendoins
Manuel Wiborg & 3.º ano de Teatro
Fausto Paravidino (autor da peça) nasceu em Génova em 1976. Ator de teatro e cinema, tradutor de Shakespeare e de Pinter, realizador de cinema, é autor de peças que marcaram o renascimento do teatro italiano. Nas suas palavras: “O Teatro é um meio para comunicar, é uma ocasião para partilhar alegrias e dores, pensamentos e emoções num lugar público”.
Amendoins nasce de uma encomenda do National Theatre de Londres, em dezembro de 2000, com a intenção de escrever uma peça destinada a um público jovem, o que abriu ao autor a possibilidade de pôr jovens a falar com outros jovens procurando um modelo de diálogo comum, a si próprio e aos atores, a partir da linguagem universal dos Peanuts de Shultz que são como o teatro de Beckett, mas que ao contrário de Beckett são populares.
Em Amendoins procura-se elaborar um sumário dos temas da globalização através da máxima que diz que o que é pessoal também é político. As secções da peça (23) representam uma tentativa de medir, na vida de todos os dias, os grandes temas da política e são também uma espécie de contracanto irónico, mas nunca caricatural. Em geral, o mesmo conceito expresso de maneira infantil no primeiro ato regressa no segundo sob a forma adulta.
Passam dez anos de um ato para o outro e a peça leva-nos a refletir sobre como as coisas podiam ter sido de outra maneira se num tempo passado tivéssemos feito opções de vida diferentes daquelas que fizemos. Nas palavras de Buddy (personagem da peça): “Se naquela altura eu tivesse feito assim, se calhar tinha-se passado de outra maneira, ou talvez não, não tinha mudado nada, eu só tinha estado do outro lado. Mas gosto de pensar nisso à mesma”.
Manuel Wiborg